O Lado B de Amsterdã

Então, Amsterdã é legal, é romanticozinho (atenção para a cacofonia intencional) e tal, tem os canais que congelam no inverno e a galera patina no gelo, enfim. Tudo muito bom, tudo muito bonito.

Só que a dona Patroa, com a finesse que lhe é habitual, não comentou alguns aspectos de Amsterdã que eu não poderia deixar passar em branco.

Primeiro: como tem coffee shop naquele lugar! Quando me falavam, eu achava que a cidade tinha ALGUNS, e não 3 em cada esquina (literalmente), com a marofa correspondente tomando conta da cercania! Eu fico imaginando como chega a "mercadoria" na cidade... deve ser de container! O bom é que o consumo de comida também deve ser grande nesses (ou perto desses) estabelecimentos, hehehe...

O lado surpreendente disso é que na rua não se vê nenhuma confusão, nenhuma aglomeração suspeita (falei igual policial agora), ninguém consumindo "só porque é proibido" (afinal perde a graça), nada. Quem quer, entra e fuma no (único) lugar que é permitido, e quem não quer só passa reto na porta, de boa! Você começa a pensar sobre os prós e contras de legalizar a coisa, mas isso é muito cabeça pra este humilde blog.

É claro que algumas coisas, pra quem não tá acostumado (nosso caso), chegam a ser curiosas, como a loja que a gente encontrou:

Temático, não?!?!

Outra coisa que a dona Patroa pulou é, obviamente, o bairro da luz vermelha. :)

Sim, é isso mesmo que você está pensando. Pê-u-tê-a-erre-i-a. E com um "plus a

mais": o baguio é ponto turístico, com a galera passando nas ruazinhas atrás da "oude kerk" (igreja velha... irônico...) e vendo as nêga lá nos quartinhos minúsculos, se achando.

Agora, pra quem já tá pensando "hummm... Holanda, loiras, povo magro, Europa, glamour... as minas devem ser dazóra"... olha, sinto informar, mas quem se habilita a ser a alcatra da vez são as estrangeiras (principalmente do Suriname e asiáticas), que, apesar da atividade física constante, não estão na melhor forma do mundo. Loira magrela o europeu pega em casa, não pagando.

De qualquer maneira é engraçado passar pelas ruazinhas olhando as minas (que às vezes não são minas) na vitrine, com a dona Patroa do lado. Eu não conseguia parar de rir.

E não, eu não tenho fotos do pico. É proibido.

Ah, e pra finalizar o post, o momento "só me fodo ponto com ponto bê-erre".

Tínhamos acabado de chegar em Amsterdã, descemos na estação de trem (depois de uma viagem de 45 durar mais de 80 minutos por conta de não entender qual era o trem direto e qual era o trem pinga-pinga em holandês) e entramos direto no passeio de barco que segue pelos canais. Tudo legal, e com sol.

Ao que, enquanto esperávamos o próximo bumba aquático-turístico, olho para o lado e vejo um moleque de uns 3 anos (lindo como todas as crianças da Holanda, loirinho de comercial) com a bota com uns respingos de merda amarelo-doença, e o pai (coitado) se matando pra limpar. Pensei: putz, coitado, pisou feio na merda de algum pato ou outro bicho safado aqui do cais.

Que nada! O molequinho-lindo-de-porcelana tinha se cagado! Ao mesmo tempo bateu na gente aquela sensação de pena e de "caralho, que merda, vamo sentar longe". Bom, encurtando a história, o pai perdeu metade do passeio limpando o figurinha e trocando a calça dele. E o avô e a avó do moleque nem ligaram pra história. Ficaram com aquela cara de "tô pagando 12 euros pelo passeio, o pai já tá limpando, eu quero que se dane". Estranho, mas bem europeu.

Na volta acertamos o trem que não para em toda biboca e fizemos uma viagem tranquila. 45 minutos em ponto. E de primeira classe, porque de fim de semana tem promoção. :)

O lado bom do trem pinga-pinga foi ter passado por Gouda (a cidade do queijo, lembrou?), que por sinal eles chamam de "Ráuda" (vai entender essa pronúncia...) e pelo Ajax ArenA (foto), um dos estádios mais modernos do mundo. Precisa dizer que eu fiquei doido pra ver um jogo lá? :)